sábado, 26 de janeiro de 2013

Amor Morto

Neste poema dou um passeio pelo romantismo, uma fase bonita da nossa literatura, e que hoje se tornou um:

AMOR MORTO


Que bom seria se pudesse de novo te ver
Linda flor morena, cabocla do sertão
Voltar àqueles tempos de escola
Quando nutríamos uma paixão
Eu Platão, tu Glória
Talvez nem te lembrasses mais
Da casimira, do linho
E eu aqui sozinho a recordar
Daquela tua farda azul marinho
A única mini saia a desfilar os olhares dos colegas
O teu rosto de maçã
A aguçar umas perninhas macias
Forradas de pelinhos de lã...
A tua presença rica
De uma elegância alegre e tímida
Deixava-me tão pobre
Que nem podia alimentar
Tamanha a fome de amor
Um amor que bem queria
Loucamente
Perdidamente nos abraçar
Mas foi indo, foi indo...
Chegou o final do curso
E parti...

... E partia tambem o meu peito
Leito de um amor morto
Atropelado pela roda viva.