quinta-feira, 26 de maio de 2011

SENHORA

Senhora! zombaste de mim e hoje choras
...Ao ver que mudaram tanto os teus encantos
Nem reconheço em ti a altivez de outrora
Nem beleza que inspirou meus cantos

Senhora! eu era o mendigo
E teu amor, era a esmola que trôpego implorava
Tu, zombando de mim, o adorado calor dos teus beijos
A outro entregavas

Senhora! os tempos mudaram
E agora, rosa desfolhada
Não será mais beijada
Pelos lábios mornos que a procuravam outrora

Senhora! tu que me imploras beijos agora
E confessas mais que desejos
Assim como ontem, tu
Eu os negarei.
Autor: Xenaldo Matos Rocha (Didio), o primo que se foi cedo, mas nos deixou esta pérola tão linda! Ele não teve a paciência de viver, (talvez esperar). Muitos não se atentam pela importância ou do transcendentalismo existente na palavra PACIÊNCIA.  Ela significa paz, amor, serenidade, tranquilidade, e muitos não a apreciam, ou não sabem curtí-la. Faz parte da ciência do 'viver'.
 

 

terça-feira, 24 de maio de 2011

Minha Fruta Pão

És tu
Fruta pão da minha vida
Grande flor
Flora Feliz

Me acordas na fragrância do café da manhã
E me forras durante o dia
Até o banho no rio da tarde
Sol
Suor 
E sal
Em enxurradas rasgando a terra
A alimentá-la

Flora feliz
És tu
Somos nós
Amigos da fauna
A jantar as farturas das horas
E as delícias da rede
Descansando feliz.
                                                              

O Deboche do Mar

O mar parece dar gargalhadas
Tamanha a sua alegria
Que se vê a brancura dos dentes
Em sua bocarra risonha

Parece rir de mim
Aqui bêbado, triste e sozinho...
É, mas parece estar mais bêbado do que eu
E essa sua euforia tem óbvia razão de ser
Ao menos tem a praia para beijar...

Melhor ir embora daqui
Fugir destas suas sarcásticas risadas
Pior do que ir é ter que ficar
E suportar monstruosa ressaca!
                                                                           

domingo, 15 de maio de 2011

Poeta Passarinho

O poeta hoje acordou cedo
E saiu por aí
Desprendendo a língua
E soltando palavras...
 - Um pássaro à solta
Cantando a cada novo amanhecer...

... E quando chegar a tardezinha
Feliz ele voltará a cantar
Como se fosse cada dia
O seu último dia...

- Deus queira que a palavra não me falte
Que um moleque não me amole
Que uma bala não me mate
Detesto bala de bodoque!

                                                  


terça-feira, 10 de maio de 2011

Esperança

A esperança é como criança que sonha
Sonha e não quer acordar
Não cansa de esperar, acreditar
Não deixa de criar.
Esperança inocente
Parece que pressente
Teima
 Persiste
E brota da lembrança
Da palavra
Da ânsia
Luta para quem sabe... vencer
Doçura e dor, na esperança!
         

Pétala seca dentro do livro
um ramalhete de Amor
despetala
fossiliza n'alma suas cores
composição de ilusões
realidade ou não
viveu!
                                                                 Ana Matos 
                                                                      Minha poetisa

Ladra Louca


Aquela ladra me roubou
Só faltou levar as minhas roupas
Além de me enganar no quilo
Me pegou também na arroba
Ladra louca!

Roubou uma arroba de meu feijão
Uma arroba de meu arroz
Uma arroba de meu café
E uma arroba de meu boi
 Ladra louca!

Só não roubou uma arroba de meu amor
Porque só encontrou um quilo
  E por isso mesmo fugiu
Rebolando aquela arroba de seu corpo
Ladra louca!

Roubou-me inclusive do Gregório
Uma linda poesia barroca
Ladra louca!

Quem pegar aquela ladra
Juro que dou uma arroba de minh'alma
Um coração inteiro
Só não digo que dou
Uma arroba de meu dinheiro
Porque isso ela também roubou.
Ladra louca!
                                             



segunda-feira, 2 de maio de 2011

Férias

Com essa poupança
pouca
O que me resta agora?...
Pipocar
Saquinhos de pipoca!
                                               
                                                   





Maria Fura Bolo (aniversário)

  A Maria fura o bolo
E de alegria pula
Mas logo fica fula!
Quando percebe aflita
Que ele vai se acabando
Como  vida.
                                 

Minha Flor

'Onze horas'
As florezinhas se abrem...
 Enfim
- Um justo e doce momento
De alegrar da labuta
A dona do jardim.
                                           

Novo Tempo

Das arquibancadas do tempo
O poeta de seu canto
Assiste no palco do mundo
Grandiosa encenação

Entre balanços, saltimbancos
Aos trancos e barrancos
Uma vida passa, aura simpática
Em peloticas do infortúnio

Essa vida, grávida do tempo
Parece bem feliz bailando, bailando...
E assim levando
 Vai empurrando com a barriga
O seu próprio sonho...

Mas eis que de repente, ao longe
Um grande clarão desponta
E aponta bem daquele ventre
O nascer de um novo tempo

Todos, pasmados, exclamam:
- Que lindo rebento!

E o poeta de seu canto
Agora alegre e risonho
Vê nascer esse novo tempo
O que era só sonho.