Das arquibancadas do tempo
O poeta de seu canto
Assiste no palco do mundo
Grandiosa encenação
Entre balanços, saltimbancos
Aos trancos e barrancos
Uma vida passa, aura simpática
Em peloticas do infortúnio
Essa vida, grávida do tempo
Parece bem feliz bailando, bailando...
E assim levando
E assim levando
Vai empurrando com a barriga
O seu próprio sonho...
Mas eis que de repente, ao longe
Um grande clarão desponta
E aponta bem daquele ventre
O nascer de um novo tempo
Todos, pasmados, exclamam:
- Que lindo rebento!
E o poeta de seu canto
Agora alegre e risonho
Vê nascer esse novo tempo
O que era só sonho.
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