domingo, 27 de março de 2011

A Festa das Letras



                                   
Afortunadamente nesta hora
Em que escrevo este poema
A Pena espirra vida pelo bico
E começa a criar estórias...

... Eis que surge então
A festa das letras...

 Como que a andar de carrossel
Ela convida lindas e dançarinas palavras
A bailarem livres
Sobre o assoalho branco do papel

E quando a festa se anima
Os pingos dos Is
Rejeitam o trema do U
E no espaço aberto do salão
O til baila tranquilo sobre alguns As
Com toda aquela sua mansidão

Alguns Es circunflexos
Deseducados e mal procedidos
Não suportam certos Os
A tomarem os seus chapeuzinhos
Enxeridos e desenxabidos

Certo A com aquele seu grave acento
Desaponta  um humilde acento agudo do O
um O que às vezes se isola entre parênteses
Mas que se sobressai com amigos em aspas

Determinado ponto
Sente um ciúme danado da vírgula
Ao vê-la com outros em traço de união
E vive um verdadeiro suplício
Sugerindo à Pena que o una definivamente
À tal da vírgula

O ponto de interrogação por excelência
Indaga ao ponto de exclamação
- Qual o motivo da ausência
De tão formidável criatura
A bela e admirável reticência?...

E quando adentra tão graciosa figura
No glamour da festa
Um Ç maluco sai correndo direto do toalete
E logo começa a entrar na dança, muito louco
Com aquela cedilha em si pendurada
Causando risos e inconvenientes transtornos...

É quando então surge do lado
Empunhando uma seta
O famoso Ponto Final
E acaba com a festa...

...E a linda Pena nem se dera conta
De que no assoalho branco do papel
Ela fora a principal estrela
A maior dançarina da festa.







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