Outrora a aurora laureava
A quietude meiguice de encantos
Milmente primaveril...
Primando pelas coisas bonitas
Gostosas, luminosas e silva da vida
Agora centelha espelha estilhaço
Paisagem queimada
Sinuosa angústia negra
Cinzental morbidão
Mordida na agucite das tenebrosidades
Longitudinais
Vínculos de sangue pisado
Recalcado na lembrança
Esperança de paraíso
Grudada na saudade
Desmoronando o porão de lágrimas
Líricas cristalizadas
Embrutecendo em enxurradas
Os verdões campestres pastorical
Florridentementes magoados
Costumeiramente o curtume está curtindo
E fundindo a nuca do marroá marrom indo Brasil
Pois é insuportável o suporte
Que não suporta mais a cuca
Cunhada com lascas históricas
Argamassa estrutural
No vento relâmpagos cambiantes
De beijos reprimidos
Olhares nativos rubis de fogo
Erotizados como sóis
Crivalizados em corações diamantes
Reluzindo as cores de ribalta
E a massa granfina de biscoito palito
Desmistificou o mito
Desnudando de uma vez por todas
O fanatizado guerreiro solidão
Hoje eu estou aqui, você aí
Outros lá, acolá, no alem
Do barro, o sopro da vida
Que em algum momento
Num segundo se esvai
Assim, a vida se perde no horizonte
Dos desejos, nos labirintos das paixões
E renasce na utopia dos meus sonhos
Sentimentos nobres, saudades
Lar doce vida, perdidas ilusões.
Autor: Isaias Matos Júnior,
Poeta e compositor iguaiense.
Em 1973 foi preso e torturado
pelo então regime militar
e até hoje aguarda reparação
por parte do estado brasileiro
pelos danos físicos e morais
de que fora vítima.